28 de outubro de 2013

Dos abraços da vida.


Acho que metade da minha vida eu passei abraçando e falando sobre o ato de abraçar alguém.

Eu tenho a impressão de que as pessoas não levam um abraço tão à sério quanto ele tem que ser levado.
Abraçar não é só pelo ato de encostar um corpo no outro e dar tapinha nas costas.
Vai muito além disso.
Acho que o abraço é o momento mais importante e começa lá no nosso nascimento, a mãe com o filho no colo, a mãe dá aquela apertada com o filho em seus braços pra sentir mais dele, parece até que ela quer colocá-lo de volta pra dentro dela.
É isso, um abraço é tipo querer colocar aquela pessoa dentro do seu coração forçadamente, com um abraço apertado.

Sim, existe aquele abraço que é apenas o ato de abraçar.
Costumo dizer dentro da minha cabeça que esse abraço ele é tipo o cumprimento de Paulista. Porque Paulista tem disso de dar um beijinho e um abraço, né? Então, esse abraço aí é o ato de abraçar, de cumprimentar, não envolve um sentimento muito grande.
Ao menos que ele evolua de abraço de cumprimento para abraço de saudade. Vai lá, dá um Oi, um beijinho e abraça de saudade, não solta nunca mais. Ele era um abraço de cumprimento que virou um de saudade (faz tempo que eu não te vejo e não te abraçava assim).
Ah! O abraço de saudade. Não tem abraço que te preenche mais que o abraço de matar a saudade. Coloca tudo no lugar novamente. Coisa magnífica de sentir.

Abraço silencioso, esse é matador, esse é daqueles que vem, abraça e te quebra por dentro. Sabe? Quando a pessoa te abraça e ela não precisa falar NADA, nem você, é um silêncio tão grande que você só ouve a respiração desesperada e o coração batendo (no ritmo que tiver que bater na hora).

Taí, uma das coisas mais magníficas de um abraço: sentir o coração da pessoa bater.
Acho que isso é auto explicativo e só quem já sentiu sabe como é. Não tem como explicar essa sensação. É bonita.

Acho que o mais necessário no mundo de hoje é o abraço de colo. Aquele que você coloca a pessoa no seu peito e consola. Abraça com carinho. É um abraço junto com o silêncio. Enquanto a pessoa tá lá, nos seus braços, mais perdida que tudo, ela vai se sentir (pelo menos) protegida, você não precisa nem tem que falar nada. Apenas envolva seus braços como se quisesse protegê-la de tudo que está fazendo ela se sentir perdida, coloca ela no caminho de volta. Ou pelo menos passe essa sensação. 

Não sei o que acontece com o nosso corpo, mente, sei lá, que quando estamos chorando, a gente não pode abraçar as pessoas, parece que cada pessoa que vem te abraçar ativa um botão em você que faz você chorar mais ainda, aí você sai do abraço e para, aí vem outra pessoa e começa de novo. Eu já cheguei a dar risada no meio do choro quando eu percebi que isso acontecia.

Eu poderia passar um bom tempo dando nomes pros abraços, descrevendo o que EU sinto de cada um deles, mas eu vou guardar pra escrever um livro sobre isso (sqn).
Mas eu queria que vocês entendessem como um ato de abraçar fica diferente quando a gente realmente SENTE o que eles querem dizer e como tudo fica mais gostoso. Os abraços fazem sentido depois que a gente entende qual sentimento tá ali naquele abraço.

Eu vivo abraçando pq eu nunca sei o dia de amanhã e quero deixar os meus mais amorosos e apertados abraços com quem lembrará deles com carinho e um sorriso no rosto.

E a gente vai abraçando as pessoas nesse mundão de meu Deus e vai transformando dores em amores por aí. ^_^

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