2 de maio de 2014

Agora eu entendi tudo

Oi, Amigo.

Eu tava aqui pensando em você e em como te contar a coisa mais legal que aconteceu comigo e resolvi te enviar essa carta. Queria dividir com você tudo que mudou dentro de mim.
Eu fui em um encontro com Deus, ou uma renovação espiritual, como você achar melhor chamar.
Lá muitas coisas aconteceram, principalmente a parte de entendimento e renovação.
Sabe, você me conhece, você sabe o quanto a "síndrome de rejeição" era grande dentro de mim e aí lá eu descobri onde tudo começou, sim, pode ser meio difícil de acreditar, mas tudo começou assim que eu nasci e meu pai tinha morrido antes deu nascer, ele não me conheceu e eu não o conheci. Tá, sei que você deve estar se perguntando "mas como assim? Ele não te rejeitou! Ele nem fez nada!". Sim, não precisava ter feito nada, mas as coisas acontecem tão profundamente sem sabermos quando, onde e porque. E muitas vezes, ninguém tem culpa. Apenas acontece.
E aí, amigo, lá eu tive a libertação. Me libertei desse sentimento e perdoei meu pai.
Pq eu entendi que a gente tem que perdoar as pessoas dentro da gente, pq muitas vezes elas nem sabem o que fizeram, mas a gente sabe e quem tem que perdoar somos nós. Aí eu perdoei e me livrei desse sentimento. Deixei lá todo e qualquer espírito de rejeição.
Lá Deus me mostrou que eu sempre fui guardada por ele, sem eu saber. Me mostrou vários pontos da minha vida onde Ele esteve.
Me afastou pessoas que me faziam mal sem eu ficar triste com isso.
Ele me protegeu todas as vezes que eu voltava andando pra casa por ruas obscuras.
Ele colocou pessoas no meu caminho que me deram forças para levantar todos os dias.
Ele me mostrou o que é amor verdadeiro.
Ele me renovou tantas e tantas vezes sem eu entender.
Quantas vezes já não perdoei 70x7.
Quantas vezes já não dei a outra face para baterem.
Quantas vezes já não me deixaram no chão de tanta coisa ruim que falaram pra mim e eu permaneci calada como um cordeiro e me levantei novamente.
Foi incrível como Ele me mostrou todos os momentos. TODOS!
Eu perderia um tempão listando todos aqui.

Você deve estar achando surreal isso tudo, mas olha, não tem explicação mesmo.
E eu entendi também que essas coisas só acontecem com quem abre o coração pra tudo isso entrar.
Você tem que querer remexer tudo lá dentro.
Não é fácil, sério, dói.
Dói quando a gente tem que perdoar as pessoas. Dói remexer nas coisas mais obscuras da nossa mente e do nosso coração. Dói se entregar. Tirar a armadura. Se entregar ali, nu, como Jó (1:20-21).

Mas depois que você sai com alma lavada e a paz te consome de uma maneira espetacular, você quer aquilo todos os dias. Mais vezes. E aí você começa a se dar conta de que só você (e Deus) pode te dar esse sentimento. Basta você querer.

Eu vejo nas pessoas o coração amargurado, coração de pedra que não consegue mais gostar das pessoas, ter amor pelo mundo e pelas pessoas. Eu tenho vontade de pegar todas elas e colocar nesse encontro e fazê-las pedir perdão e perdoar. Mais que pedir perdão, é perdoar.
Tanta gente precisa perdoar a família. A mãe. Os irmãos. O pai.
Tanta gente tem a cegueira da mágoa, da falta de perdão. Que tudo dentro da pessoa começa a estragar.

Dois mandamentos básicos que o mundo não consegue cumprir:
1- Honrar pai e mãe
2- Amar o próximo como a si mesmo

Se você não consegue se amar, não consegue ter amor dentro de você, você nunca conseguirá ter amor pelo próximo e muito menos pela sua família. É um ciclo sem fim.
Só funciona se você se purificar por dentro.

Enfim, se deixar eu escrevo um mundo de coisas, mas vou deixar pra outro dia.

Resumindo: eu entendi que não estou nesse mundo sozinha, que todo o vazio que eu tinha com a falta de amor e com a rejeição, foi preenchido. Voltei a abraçar e a trocar amor. Voltei a ter vontade de viver e ter um motivo para tal.
Eu tenho um propósito aqui e mal algum vai me atingir no meio do caminho.

Era basicamente isso que eu queria compartilhar com você.
Obrigada, até uma próxima!

Beijos, 
Carla Maia

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