5 de setembro de 2013

Dos inúmeros desabafos [2]

Sabe, ontem me vi perdendo toda uma vida jovem que eu ja não tinha ou evitava ter por conta de responsabilidades em casa que eu sempre tive. Fui obrigada a transitar pra vida adulta assim do nada.
Assim como tudo na minha vida, mais uma coisa me foi tirada, a criança que tinha dentro de mim.
Por muito tempo na minha vida eu prometi pra mim que essa criança não podia ser perdida, que ela é a salvação pra esse mundo todo virado.
Agora eu só me vejo afundando cada dia mais numa vida que sei lá onde vai me levar. Tá tudo muito chato.
E nesse tudo estar chato, eu não consigo ser amiga das pessoas por motivos de: preciso levar alegria pra elas e não mais problemas. Aí eu me fecho. Aí eu me vejo sem saída.
Pq será que desistir é a primeira coisa que passa na nossa cabeça, né? Desistir de todos os planos, nenhum vai dar certo mesmo.
O problema é que a gente confia demais nas pessoas, a gente confia demais até na nossa família. Aí quando tudo se quebra, uma parte boa do coração se parte e fica só um sentimento de "qq eu to fazendo nesse mundo, plmdds?" .
Toda uma vida trabalhando o psicológico pra sobreviver no caos que é dentro de mim, muito mais caos que aí fora onde vcs me vêem.
Aí fora vcs enxergam tudo como drama e vitimização(?), as coisas não são bem assim. É muito maior que um draminha.
A gente tem que aprender a respeitar o problema alheio independente de qualquer coisa.
Eu to, sim, preocupada com a fome mundial, mas me deixa ter e sentir meus problemas em paz. Não é pq eles são menores que a fome mundial que eu não tenho o direito de senti-los. Por favor?
Eu sei que não tá muito fácil pra ninguém e respeito isso, então só quero que respeitem isso em mim também e entendam que eu passo os dias tentando fazer o amor não acabar.
E mais do que isso, fazer o amor não correspondido não acabar também. Pq olha, vou te dizer, não há coisa pior que amor não correspondido.

(Sim, sou do tipo de pessoa que começa num assunto e termina em outro. Brigada.)